quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Começa a 8ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea


Foto: Divulgação
Para celebrar a abertura da 8ª Semana Nacional de Mobilização para Doação de Medula Óssea, realizada no período de 14 a 21 de dezembro, o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal – ICDF – realizou nesta quarta-feira (14) solenidade na Unidade de Transplante de Medula Óssea Pietro Albuquerque, em Brasília. A ideia da ação foi a de homenagear pessoas que prestam relevantes serviços ao setor de transplante de medula do ICDF.

A solenidade contou com a presença do autor da Lei nº 11.930/09 que instituiu a campanha, ex-deputado federal Beto Albuquerque. A Lei ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do ex- parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença. O ato também contou com a presença de pacientes transplantados, da equipe de transplante do hospital e de instituições parceiras, como o Hemocentro DF.


O hematologista responsável pela unidade de TMO do ICDF, Gustavo Bettarello, destacou na solenidade o trabalho realizado pela equipe. “Sem apoio de vocês não teríamos chegado tão longe. Nós conquistamos tanto nesses últimos anos, tivemos grandes conquistas e o reflexo disso hoje são os nossos pacientes transplantados”, pontua Gustavo. Até agora, o ICDF promoveu 167 transplantes de medula óssea, superando a meta anual, que era de 150 transplantes de medula.

O paciente Francisco da Silva realizou o transplante de medula no início do ano. Ele chegou a realizar o TMO Autólogo, mas recuperação veio no segundo procedimento, o TMO Aparentado. “Hoje eu tenho duas datas de aniversário. A minha data mesmo e a que eu fiz o transplante. Eu agradeço demais todo o pessoal do ICDF por ter cuidado de mim”, conta Francisco.

Para apoiar a causa, colaboradores do ICDF foram nesta quarta-feira até o Hemocentro de Brasília para fazer o cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea – Redome – que conta hoje com mais de quatro milhões de doadores inscritos. O Redome, junto aos hemocentros, irá aproveitar a Semana para conscientizar o doador cadastrado de que é preciso lembrar de informar sobre qualquer alteração do dado fornecido no momento do cadastro (telefone, endereço, e-mail etc).

No Rio Grande do Sul, o encerramento da campanha acontece na próxima quarta-feira (21), a partir das 14h, junto ao Posto de Pedágio da BR/290, em Gravataí, onde uma unidade móvel do HEMORGS estará cadastrando novos doadores.

Saiba mais

Este é o oitavo ano de realização da campanha e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de doadores voluntários aumentou significativamente. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Atualmente, são 4 milhões doadores inscritos.

Ainda de acordo com o Inca, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma o autor da lei Pietro.

A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.

Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário