sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Governo vai investir R$ 10 milhões para capacitar unidades de saúde a fazer transplantes

Brasília – O governo federal prevê investimentos de R$ 10 milhões destinados a centros de referência em transplantes interessados em capacitar unidades que ainda não oferecem esse tipo de cirurgia.

A informação foi divulgada hoje (27) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após assinar portaria que institui a atividade de tutoria em doação de órgãos e transplantes.

O objetivo da ação, segundo ele, é investir na capacitação e no fortalecimento da rede brasileira de transplantes – sobretudo em serviços localizados no interior do Sul e do Sudeste e em todos os estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Um dos critérios para que a unidade de saúde possa se candidatar a centro de referência, de acordo com a pasta, é fazer parte da rede pública ou ser entidade sem fins lucrativos que atenda de forma complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Outros critérios incluem ter experiência mínima de dois anos na área; realizar pelo menos três tipos de transplantes (sendo dois de órgãos sólidos e/ou um de tecido ou ainda transplante de medula óssea alogênico – quando a medula vem de um doador); e desenvolver estudos e pesquisas na área.


Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Missa celebra a doação de órgãos e homenageia família de doadores


O Dia Nacional da Doação de Órgãos foi marcado por uma missa solene na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, na noite dessa quinta-feira (27) - uma homenagem da Secretaria Estadual da Saúde (SES) às famílias de doadores de órgãos, aos transplantados, às equipes de transplantadores, e a todos os envolvidos no processo que a viabiliza. A solenidade foi presidida pelo Bispo Dom Jaime Spengler, com a participação de representantes de outras religiões que integram o Grupo de Diálogo Inter-Religioso, e reuniu também autoridades e organizações não governamentais.

"A doação de órgãos é um gesto de amor e caridade, e uma decisão difícil, em favor da vida. Origina-se de grande valor ético, sem buscar recompensa. É um gesto nobre, digno, de amor sem reservas, com decisão livre e consciente. Os transplantes são grandes avanços da ciência à serviço da vida", disse o bispo. Ao citar um trecho das Escrituras - "quando olho para os céus e as estrelas, obra da mão de Deus, me pergunto: o que é o ser humano, para que dele te lembres?", Dom Jaime conclamou a todos a inspirar o coração das novas gerações para a necessidade de amor fraternal, que pode se expressar por meio da doação de órgãos.

O transplantado Pablo Mondim Py, em seu depoimento, explicou que ganhou não só um novo órgão, mas a capacidade de sonhar de novo. "Hoje estou aqui para contar uma história de vitória, e para agradecer à família do doador. Levo dentro de mim uma parte de alguém que nem conheci".

A família doadora de órgãos, representada por Simone Pereira Machado, fez um emocionado relato sobre a experiência de autorizar a doação dos órgãos de sua filha. "Minha filha que morreu me ensinou que a vida é muito breve. É agora. Amanhã podemos não estar mais aqui. Doar órgãos é um ato de desprendimento, de transformar a dor em bem para outra pessoa", disse Simone.

A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen, agradeceu a generosidade das famílias que permitem a doação de órgãos e explicou que nada é mais crucial do que doar a vida. Lembrou ainda que o trabalho na área de transplantes envolve limites bio-éticos, e deve ser realizado de forma justa, equitativa e transparente.

Em 2011, foram realizados no Estado 1737 transplantes, sendo 918 de córneas. Neste ano, até agosto, já ocorreram 1.169 transplantes. Dados preliminares de 2012 comparados com 2011 apontam para um aumento no número de notificações de morte encefálica de 11%, e de 22% no número de efetivação da doação.

Texto: Denise Gewehr
Foto: Nândria Oliveira
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cientistas brasileiros e americanos desenvolvem método mais eficiente de diagnóstico da leucemia

 
São Paulo – Um novo método desenvolvido por pesquisadores brasileiros e norte-americanos permitirá mais rapidez e precisão no diagnóstico da leucemia e melhorará o monitoramento da resposta do organismo ao tratamento de quimioterapia.

Participaram do estudo dois cientistas brasileiros do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP) e mais cinco dos institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Hoje, para o diagnóstico de câncer, os laboratórios citogenéticos analisam as alterações estruturais dos cromossomos nas células. Com o método, as células são examinadas uma a uma no microscópio, permitindo a análise de apenas 20 delas. O novo método usará o mesmo processo, mas terá capacidade de analisar até 30 mil células em menor tempo.

Segundo Rodrigo Calado, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, que participou da pesquisa, o novo método usa um aparelho chamado citômetro de fluxo, que, atualmente, faz exames de linfócitos em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou com fibrose pulmonar e anemia aplástica – ocasionadas por anormalidades nos telômeros, extremidades dos cromossomos.

A novidade é que os cientistas descobriram uma nova aplicação para o aparelho, no diagnóstico e monitoramento do câncer de sangue, sendo a leucema o mais prevalente. Eles decidiram combinar o citômetro de fluxo com o método antigo, chamado de fluorescência, melhorando a eficiência do processo. “Combinamos os dois para poder analisar uma grande quantidade de células”, disse Calado.

O professor conta que já usou o citômetro de fluxo experimentalmente em diagnósticos de pacientes com câncer. Ao usá-lo, os pesquisadores notaram que o aparelho pode também ajudar o médico a observar a resposta ao tratamento do câncer. “Se havia, no começo, 100% de células com alteração no cromossomo e, com o passar do tempo, o número diminuiu para 1%, isso indica que o tratamento está sendo efetivo”, explicou. O método pode ainda auxiliar indicando se a quimioterapia possibilitou a cura total do paciente. “Se com o passar do tempo, [o paciente] ainda tem 1% de células com alteração cromossômica, isso sugere que o tratamento, embora tenha tido uma resposta, não foi completo. Isso porque [o paciente] ainda tem células do câncer presentes em circulação”, observou.

De acordo com Calado, o desenvolvimento do método levou dois anos. O pesquisador estima que o novo diagnóstico esteja disponível para a população em três ou quatro anos. “Os laboratórios têm que adaptar o que já existe para poder fazer esse método, e isso leva tempo”, disse. Ele estima que, quando chegar ao mercado, o teste com o novo método custe em torno de R$ 500 por paciente.

Edição: Lana Cristina
Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

domingo, 16 de setembro de 2012

Criado método eficiente de diagnóstico da leucemia

Um novo método desenvolvido por pesquisadores brasileiros e norte-americanos permitirá mais rapidez e precisão no diagnóstico da leucemia e melhorará o monitoramento da resposta do organismo ao tratamento de quimioterapia.

Participaram do estudo dois cientistas brasileiros do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP) e mais cinco dos institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Hoje, para o diagnóstico de câncer, os laboratórios citogenéticos analisam as alterações estruturais dos cromossomos nas células. Com o método, as células são examinadas uma a uma no microscópio, permitindo a análise de apenas 20 delas. O novo método usará o mesmo processo, mas terá capacidade de analisar até 30 mil células em menor tempo.

Segundo Rodrigo Calado, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, que participou da pesquisa, o novo método usa um aparelho chamado citômetro de fluxo, que, atualmente, faz exames de linfócitos em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou com fibrose pulmonar e anemia aplástica – ocasionadas por anormalidades nos telômeros, extremidades dos cromossomos.

A novidade é que os cientistas descobriram uma nova aplicação para o aparelho, no diagnóstico e monitoramento do câncer de sangue, sendo a leucema o mais prevalente. Eles decidiram combinar o citômetro de fluxo com o método antigo, chamado de fluorescência, melhorando a eficiência do processo. “Combinamos os dois para poder analisar uma grande quantidade de células”, disse Calado.

O professor conta que já usou o citômetro de fluxo experimentalmente em diagnósticos de pacientes com câncer. Ao usá-lo, os pesquisadores notaram que o aparelho pode também ajudar o médico a observar a resposta ao tratamento do câncer. “Se havia, no começo, 100% de células com alteração no cromossomo e, com o passar do tempo, o número diminuiu para 1%, isso indica que o tratamento está sendo efetivo”, explicou.

O método pode ainda auxiliar indicando se a quimioterapia possibilitou a cura do paciente por completo. “Se com o passar do tempo, [o paciente] ainda tem 1% de células com alteração cromossômica, isso sugere que o tratamento, embora tenha tido uma resposta, não foi completo. Isso porque [o paciente] ainda tem células do câncer presentes em circulação”, observou.

De acordo com Calado, o desenvolvimento do método levou dois anos. O pesquisador estima que o novo diagnóstico esteja disponível para a população em três ou quatro anos. “Os laboratórios têm que adaptar o que já existe para poder fazer esse método, e isso leva tempo”, disse. Ele estima que, quando chegar ao mercado, o teste com  o novo método custe em torno de R$ 500 por paciente.

Agência Brasil

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mais de 80 mil brasileiros se declararam doadores de órgãos pelo Facebook


Brasília – Mais de 80 mil brasileiros já se declararam doadores de órgãos por meio de uma ferramenta na rede social Facebook, de acordo com levantamento divulgado hoje (6) pelo Ministério da Saúde. A parceria foi firmada em julho deste ano, com o objetivo de ampliar o número de doadores no Brasil.

Segundo a pasta, 40 milhões de pessoas no país são usuárias da rede social. Os internautas podem adicionar em sua linha do tempo a opção de ser um doador de órgãos e compartilhar com parentes e amigos.

Em 2011, o Brasil bateu recorde ao registrar 2.207 doadores no Sistema Nacional de Órgãos – 63% a mais que em 2008, conforme dados do governo. Atualmente, 95% dos transplantes são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para expressar no Facebook o desejo de ser um doador de órgãos, basta ir na Linha do Tempo e clicar em Evento Cotidiano, escolher a opção Saúde e Bem-Estar e clicar em doador de órgãos. Ainda assim, a doação só poderá acontecer após autorização da família.

A supervisora de Marketing Lucinda Ulhoa, 33 anos, utilizou a ferramenta poucos dias após a parceria. “O que eu puder fazer para ajudar os outros a não sentirem a dor que senti quando perdi meu pai, vou fazer”, explicou. Ela também se cadastrou como doadora em um banco de medula óssea. “Ninguém merece perder um ente querido, mas é preciso ter cautela. Só divulguei no Facebook para ver se estimulo as pessoas a fazerem o mesmo”, completou.

Vivian Murbach, 33 anos, decidiu ser doadora de órgãos ainda na adolescência. Quando a ferramenta foi disponibilizada pelo Facebook, a servidora pública optou por compartilhar a informação. “Cheguei à essa decisão pelo simples fato de ajudar alguém que precisa muito com algo que é meu e que não vou precisar mais. É simples assim”, disse. Ela garante que amigos, o noivo e a família sabem do desejo dela de ser doadora. “Quando faço algum procedimento cirúrgico, aviso novamente a família e o médico.”

Já o estudante de antropologia Alexandre Branco, 23 anos, declarou-se doador de órgãos, mas não havia comunicado oficialmente a família e os amigos. “Apesar de as pessoas próximas a mim terem um conhecimento [sobre a vontade dele], achei que uma declaração explícita era o mais recomendável”, contou, ao se referir à ferramenta no Facebook.

“Além do fato de você poder ter uma comunicação expressa do seu desejo, acho que a publicidade dessa informação para as pessoas que não refletiram sistematicamente sobre o assunto pode permitir esse processo”, disse. “As pessoas, quando confrontadas com a informação de que outras pessoas próximas são potenciais doadoras, podem refletir e decidir a respeito”, concluiu.


Edição: Carolina Pimentel
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil